MOBILIDADE EM GOIÂNIA
Este é um dos destaques da edição de hoje do jornal O Popular de 21/03, com esta chamada na primeira página: “Modelos de gestão em trânsito adotados nas últimas décadas em Goiânia priorizam motorista de carros e motos e ignoram pedestre, ciclista e portador de necessidades especiais”. Em página interna, esta outra chamada: “Goiânia alcançará a marca de 1 milhão de veículos em circulação no prazo máximo de dois meses. Entupida de carros e motos, a cidade, ao longo das últimas décadas, viu ser adotado um modelo de gestão em trânsito e transporte que priorizou o automóvel. Pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência ainda esperam sua vez de poder circular pela cidade com autonomia e segurança”.
Assinada pela repórter Deire Assis, a matéria, que ocupa as páginas 2 e 3, colheu de Érika Cristine Kneib, pelo Fórum de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Goiânia, este depoimento: “A política de priorização exclusiva do automóvel está gerando toda sorte de problemas para as cidades, como a falta de estacionamento e de espaço para circulação, altos graus de poluição na atmosfera e elevado número de acidentes e de vítimas. Além desses, há ainda a preocupante perda de espaços na cidade, como praças e canteiros, com o objetivo de garantir mais faixas de circulação. Os investimentos agora devem priorizar o transporte não motorizado e coletivo.”
O presidente da AMT, Miguel Tiago, também ouvido, frisa que o órgão tem buscado a humanização do trânsito. No entanto, admite que a própria população exerce uma pressão muito grande sobre a administração pública para que garanta maior fluidez ao automóvel. Segundo ele, a Prefeitura já discute a implantação dos primeiros quilômetros de ciclovia em Goiânia, enquanto promove intervenções no trânsito com o objetivo de dar segurança ao pedestre. Agora, por exemplo, em todos os cruzamentos há tempo para travessia de pedestre, o que não havia antes. Miguel Tiago sustenta que a cidade precisa caminhar para um modelo de mobilidade que sirva a todos e, assim, não descarta restringir a circulação de automóveis em determinados locais e horários.Registra ainda O Popular que pedestres e pessoas com deficiência “ainda amargam a total falta de políticas públicas voltadas para a garantia da mobilidade e acessibilidade especialmente no passeio público”.
E então apresenta este depoimento do engenheiro Augusto Cardoso Fernandes, do Grupo de Acessibilidade do Crea-GO: “O buraco que surge na via desaparece rapidinho. O buraco na calçada faz aniversário, permanecendo lá por anos e passa a fazer parte do desvio das pessoas no inconsciente”. Para Augusto, as calçadas são espaços mal cuidados por várias razões, uma delas a falta de sensação de poder que as pessoas têm em relação ao passeio público. Ele esclarece que, como forma de orientar a população sobre como fazer a coisa certa, Prefeitura, Crea e Ademi estão desenvolvendo a cartilha da calçada, programada para ser lançada nos próximos dias. O objetivo, com esse material, é conscientizar as construtoras para que promovam a realização das calçadas do seus imóveis de forma padronizada e também dentro das normas da acessibilidade.
Fonte: Ademi News de 21/03/2011
Este blog objetiva agregar estudos, experiências e opiniões sobre a mobilidade urbana, em especial nas cidades brasileiras, com foco na Região Metropolitana de Goiânia. Pretende-se criar uma rede com a participação de técnicos, acadêmicos, gestores e da sociedade civil em geral, para discutir e aprimorar propostas sobre essa temática. Espera-se ainda que as discussões possam contribuir para que os tomadores de decisão governamentais promovam a melhoria da mobilidade em nossas cidades.
segunda-feira, 21 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
Avanços da mobilidade urbana em Goiânia
ARTIGO DISCUTE A MOBILIDADE URBANA E DÁ SUGESTÕES
Erika Cristine Kneib, arquiteta e urbanista, mestre e doutora em Transportes Urbanos, professora adjunta e pesquisadora na UFG, e colaboradora técnica do Fórum de Mobilidade da Região Metropolitana de Goiânia/Instituto Cidade-Ademi, analisa com profundidade a questão da mobilidade urbana, em artigo sob o mesmo título publicado no sábado, 12/03, no jornal O Popular. A abordagem começa do conflito entre a qualidade de vida e a necessidade de deslocamento das pessoas, numa região de notório crescimento, conceituando que, ampliando esse conflito, os automóveis demandam cada vez mais espaços na cidade, “enquanto as políticas inadequadas retiram da população espaços de convívio e lazer para circulação e estacionamento de autos.”
Argumenta a articulista: “Grandes cidades, em outros países, já amadureceram o conceito de mobilidade, e chegaram a soluções que priorizam e valorizam o transporte coletivo e não motorizado (a pé e bicicleta), em detrimento do modelo que cidades brasileiras insistem em incentivar: o automóvel. Cientifica e empiricamente já se provou e comprovou a insustentabilidade da priorização do modo motorizado individual (carros e motos) em um círculo vicioso de deterioração do espaço urbano e da qualidade de vida”.
O texto não deixa de registrar o envolvimento maior da sociedade com a questão – leis e planos que adotam o conceito de mobilidade urbana e preconizam o incentivo a modos de deslocamento coletivo e não motorizado, consolidação de conceitos que buscam conciliar a mobilidade das pessoas com cidades mais sustentáveis, discussão, articulação e integração de soluções a partir de fóruns e comitês relacionados à mobilidade, contribuição de universidades e institutos de pesquisa e maior atenção do poder público com a questão, no sentido, especificamente, de valorizar e priorizar o transporte coletivo -, ações que se somam na “busca por uma melhoria da mobilidade urbana na RMG.”
Mas é cobrada maior celeridade na adoção das novas políticas preconizadas, superando-se os embaraços e contornando a solução de continuidade na execução das propostas, dentro de um conceito básico: não se podem deixar de lado as etapas seguintes. E aí as sugestões da Drª Érika: “Nesse tema, mobilidade, todos os cidadãos são afetados, do pedestre ao usuário do auto. Priorizar investimentos em infraestrutura e componentes dos sistemas de transportes que valorizam o coletivo e o não motorizado, e restringir o uso do modo motorizado individual, mesmo que isso não agrade uma pequena parcela da população, é cogente e indispensável. É necessário trabalhar a cidade coletiva, voltada à melhoria da qualidade da vida urbana. Toda a sociedade precisa se engajar nessa discussão e estar ciente desse processo de transformação da cidad e, na busca por uma transformação potencial e benéfica ao seus habitantes”.
Fonte: Ademi News
Erika Cristine Kneib, arquiteta e urbanista, mestre e doutora em Transportes Urbanos, professora adjunta e pesquisadora na UFG, e colaboradora técnica do Fórum de Mobilidade da Região Metropolitana de Goiânia/Instituto Cidade-Ademi, analisa com profundidade a questão da mobilidade urbana, em artigo sob o mesmo título publicado no sábado, 12/03, no jornal O Popular. A abordagem começa do conflito entre a qualidade de vida e a necessidade de deslocamento das pessoas, numa região de notório crescimento, conceituando que, ampliando esse conflito, os automóveis demandam cada vez mais espaços na cidade, “enquanto as políticas inadequadas retiram da população espaços de convívio e lazer para circulação e estacionamento de autos.”
Argumenta a articulista: “Grandes cidades, em outros países, já amadureceram o conceito de mobilidade, e chegaram a soluções que priorizam e valorizam o transporte coletivo e não motorizado (a pé e bicicleta), em detrimento do modelo que cidades brasileiras insistem em incentivar: o automóvel. Cientifica e empiricamente já se provou e comprovou a insustentabilidade da priorização do modo motorizado individual (carros e motos) em um círculo vicioso de deterioração do espaço urbano e da qualidade de vida”.
O texto não deixa de registrar o envolvimento maior da sociedade com a questão – leis e planos que adotam o conceito de mobilidade urbana e preconizam o incentivo a modos de deslocamento coletivo e não motorizado, consolidação de conceitos que buscam conciliar a mobilidade das pessoas com cidades mais sustentáveis, discussão, articulação e integração de soluções a partir de fóruns e comitês relacionados à mobilidade, contribuição de universidades e institutos de pesquisa e maior atenção do poder público com a questão, no sentido, especificamente, de valorizar e priorizar o transporte coletivo -, ações que se somam na “busca por uma melhoria da mobilidade urbana na RMG.”
Mas é cobrada maior celeridade na adoção das novas políticas preconizadas, superando-se os embaraços e contornando a solução de continuidade na execução das propostas, dentro de um conceito básico: não se podem deixar de lado as etapas seguintes. E aí as sugestões da Drª Érika: “Nesse tema, mobilidade, todos os cidadãos são afetados, do pedestre ao usuário do auto. Priorizar investimentos em infraestrutura e componentes dos sistemas de transportes que valorizam o coletivo e o não motorizado, e restringir o uso do modo motorizado individual, mesmo que isso não agrade uma pequena parcela da população, é cogente e indispensável. É necessário trabalhar a cidade coletiva, voltada à melhoria da qualidade da vida urbana. Toda a sociedade precisa se engajar nessa discussão e estar ciente desse processo de transformação da cidad e, na busca por uma transformação potencial e benéfica ao seus habitantes”.
Fonte: Ademi News
Evento ANTP e CREA GO
A Associação Nacional de Transportes Públicos/ANTP e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (CREA-GO) convidam para prestigiar o evento que consolidará o processo de reativação da ANTP Regional Centro-Oeste, a ocorrer no DIA 21 DE MARÇO DE 2011, as 10h00, no auditório do CREA-GO (Rua 239, nº 585, Setor Leste Universitário, Goiânia-GO).
Na ocasião será apresentado à comunidade local o mútuo interesse em ampliar as atividades de cooperação técnica, estudos e difusão de conhecimentos especializados sobre questões referentes à mobilidade urbana sustentável por toda a região centro-oeste.
Será debatido o tema “MOBILIDADE URBANA COMO VETOR DO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SOCIAL BRASILEIRO - A IMPORTÂNCIA DA ANTP NESSE CONTEXTO”,
Na ocasião será apresentado à comunidade local o mútuo interesse em ampliar as atividades de cooperação técnica, estudos e difusão de conhecimentos especializados sobre questões referentes à mobilidade urbana sustentável por toda a região centro-oeste.
Será debatido o tema “MOBILIDADE URBANA COMO VETOR DO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SOCIAL BRASILEIRO - A IMPORTÂNCIA DA ANTP NESSE CONTEXTO”,
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