Pesquisa do Ipea mostra ainda que 90% dos subsídios federais para transporte de passageiros são destinados à aquisição e operação de veículos individuais.
Rio de Janeiro. A falta de políticas públicas para transporte de massas e mobilidade urbana, aliada a passagens cada vez mais caras, provocaram uma queda de cerca de 30% na utilização do transporte público no Brasil nos últimos dez anos. A constatação é do estudo "A Mobilidade Urbana no Brasil", divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), no Rio de Janeiro.
O estudo mostra que o governo não apenas investiu muito pouco em mobilidade urbana nas últimas décadas, como também incentivou a utilização do transporte individual. Um dado da pesquisa mostra que 90% dos subsídios federais para transporte de passageiros são destinados à aquisição e operação de veículos individuais (carros e motocicletas). Como consequência, o uso de automóveis nas grandes cidades cresce 9% ao ano, enquanto o de motocicletas dá saltos de 19%.
Somente em 2008, foram vendidos 2,2 milhões de carros e 1,9 milhão de motos e a previsão é que, em 2015, esses números dobrem. De acordo com o coordenador da pesquisa, Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, em alguns lugares, dependendo do trajeto que se faça, sai mais barato usar moto ou até mesmo o carro do que o ônibus, metrô ou trem.
“Obviamente, esse panorama tem causado sérios problemas para as cidades, como congestionamentos, acidentes e poluição, principalmente. A renda da população está aumentando e, se não houver políticas no sentido de melhorar e incrementar o transporte público, essa situação vai se deteriorar ao ponto em que teremos cidades inviáveis”.
O documento aponta ainda que, nos últimos 15 anos, as tarifas de ônibus aumentaram cerca de 60% acima da inflação. A política de combustíveis também contribuiu para o encarecimento do transporte público, pois, segundo o estudo, os ônibus movidos a diesel estão em 85% dos municípios do país e são o principal meio de transporte de massas nas grandes cidades. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do óleo diesel subiu 50% a mais que o da gasolina nos últimos 10 anos.
“Cerca de 8% do diesel consumido no Brasil vai para o transporte público. Acho que é possível subsidiar a compra de diesel para esse setor e, assim, baratear as passagens”, sugeriu o pesquisador.
A coordenadora do livro Infraestrutura Social e Urbana no Brasil, Maria da Piedade Morais, ressaltou que a solução do problema da mobilidade urbana não está apenas em investimentos no setor de transporte coletivo, mas num planejamento integrado da expansão das cidades. “As cidades estão crescendo, mas os locais de trabalho continuam nos centros. Programas [governamentais] como o Minha Casa Minha Vida têm se mostrado alheios a essa realidade, pois investem em moradias em locais distantes, muitas vezes sem equipamentos urbanos, em vez de recuperar áreas já servidas, como os próprios centros comerciais”.
Fonte: Agência Brasil
Este blog objetiva agregar estudos, experiências e opiniões sobre a mobilidade urbana, em especial nas cidades brasileiras, com foco na Região Metropolitana de Goiânia. Pretende-se criar uma rede com a participação de técnicos, acadêmicos, gestores e da sociedade civil em geral, para discutir e aprimorar propostas sobre essa temática. Espera-se ainda que as discussões possam contribuir para que os tomadores de decisão governamentais promovam a melhoria da mobilidade em nossas cidades.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Citybus reduz o valor da tarifa
A tarifa básica do Citybus será reduzida em 33% a partir de quarta-feira, 25. O valor passará dos atuais R$4,50 para R$3,00. O valor vale para quem pagar ao motorista do micro ônibus. Estudantes que portarem o “Cartão do Estudante” pagarão o valor de R$2,50.
O remodelamento do valor foi definido após realização de pesquisa que apontou que o valor elevado é a maior causa para não utilização do serviço. Com a nova política tarifária, a utilização do serviço de Citybus pode ser mais barata que os ônibus convencionais. Veja alguns exemplos:
a) Se o cliente utilizar o bilhete citybus 1 dia, o qual custa R$ 6,00, poderá realizar 4 viagens no dia. Neste caso, cada passagem custará R$ 1,50;
b) Se o cliente utilizar o cartão citybus 1 dia, o qual custa R$ 6,00, realizar 4 viagens no dia, cada passagem custará ao cliente R$ 1,50 e ainda ganhará bônus que serão transformados em créditos de viagens no final do mês;
c) O cliente pode, também utilizar o bilhete de 2 viagens (1 viagem normal + 1 viagem integração), o qual vale R$ 5,00, assim cada viagem custará R$ 2,50;
Ainda mais, aos sábados o serviço custará R$ 2,50, ou seja, o mesmo valor do serviço convencional.
Nos últimos meses, o serviço registrou demanda de 140 mil passageiros/mês, mantendo-se estável em 2011. “Ainda que haja crescimento no último ano e o serviço seja de qualidade, o Citybus não alcançou a demanda desejada e isto é muito preocupante. Esperamos que com esta ação ele será melhor utilizado pela população, principalmente nos horários de entre picos. Este é um dos principais objetivos da readequação da tarifa ”, explica o diretor geral do Consórcio Rmtc, Leomar Avelino.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Rapidez e custo influenciam na escolha do transporte
De acordo com a pesquisa, 60% dos habitantes das regiões metropolitanas usam o transporte público em seus deslocamentos. O número é significativo quando comparado com os dados dos outros municípios pesquisados. Fora dos grandes centros urbanos, menos de 25% das pessoas optam pelo sistema público de transporte. Nessas regiões, destacam-se os deslocamentos a pé (19,9% dos pesquisados) e em motos (18,9%).
De forma geral, a maior parte da população tem avaliações positivas sobre a qualidade dos meios de transportes. 66,3% consideram “muito bom” ou “bom” a forma de deslocamento que mais utiliza. O pior resultado foi registrado entre aqueles que optam pelo transporte coletivo, com menos de 50% avaliando como bom o serviço. “De qualquer maneira, nem mesmo a avaliação do transporte coletivo é ruim, já que quase metade considera bom e 36% regular”, comentou Ernesto Galindo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.
O Sips mostrou ainda que a rapidez, a disponibilidade e o custo são os fatores com maior peso na escolha do usuário e também na disposição dele para utilizar o transporte público. “Esses fatores sempre aparecem e estão relacionados com os investimentos feitos pelo poder público, mas as percepções dos usuários podem carregar ideias pré-concebidas. Será que o usuário do carro sabe que o transporte público pode ser mais rápido?”, questionou Galindo. O pesquisador afirmou que as políticas públicas também devem se preocupar com a disseminação de informações sobre os transportes. “Os preconceitos podem impedir mudanças siginificativas na mobilidade urbana”, concluiu.
A sensação de segurança nos deslocamentos urbanos foi outro ponto abordado na pesquisa. Os usuários do transporte público se mostraram mais preocupados, especialmente aqueles que já sofreram algum tipo de acidente ou foram assaltados – 60% dos que já sofrearam assalto, por exemplo, raramente ou nunca se sentem seguros.
“Os usuários de transporte público são os mais influenciados pela experiência com acidentes e assaltos, enquanto a percepção dos motoristas de carro quase não foi sensível a esses eventos. Isso reforça que pode haver uma ideia pré-concebida sobre a segurança dos meios de transporte”, ressaltou o pesquisador do Ipea.
Texto dispoível em: http://www.ipea.gov.br/
Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8236:rapidez-e-custo-influenciam-na-escolha-do-transporte&catid=4:presidencia&Itemid=2
sexta-feira, 6 de maio de 2011
5ª Reunião do Fórum de Mobilidade da RMG
Foi realizada nesta 4ª feira a Quinta Reunião do Fórum de Mobilidade.
Indubitavelmente tratou-se de um grande evento metropolitano, com a presença de autoridades estaduais e municipais, vinculadas aos poderes executivo e legislativo, além, é claro, dos ilustres convidados e membros do Fórum, ligados a diversas instituições, com representatividade e legitimidade para discutir temas relacionados à mobilidade urbana na RMG.
Posteriormente ao discurso das autoridades, os membros puderam assistir a uma palestra do Consultor Arlindo Fernandes, que expôs de forma brilhante o
Plano de Articulação dos projetos estruturais
de transporte coletivo da RMTC
O Plano de Articulação dos projetos estruturais de transporte coletivo da RMTC é uma iniciativa do Forum da Mobilidade estruturada para ser:
um instrumento de organização, integração e unificação de um conjunto de intervenções nos principais eixos de transporte coletivo da RMG que estão em projeto no âmbito da CMTC/CDTC, do Município de Goiânia e do Governo do Estado.
AÇÕES QUE ESTÃO EM FASE DE ESTUDO E PROJETO:
Destarte, ressalta-se que o Fórum pretende contribuir para que os projetos relacionados à mobilidade na RMG sejam unificados, integrados, e trabalhem de forma convergente, de modo a contribuir, de forma efetiva, para a melhoria da mobilidade na RMG.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Preparativos para a 5ª Reunião do Fórum de Mobilidade
Depois de quatro reuniões sucessivas marcadas por um amplo debate, o Fórum de Mobilidade da Região Metropolitana de Goiânia, iniciativa do Instituto Cidade, ONG criada no ano passado pela Ademi-GO, atinge o seu primeiro objetivo concreto: apresenta nesta quarta-feira o Plano de Articulação, uma proposta que consolida os projetos existentes relacionados à mobilidade urbana na RMG, com ênfase para o Eixo Norte Sul, o Eixo Leste Oeste (Anhanguera) e os Corredores Arteriais. Em síntese, é a valorização do transporte coletivo, em conjunto com a melhoria da acessibilidade de pedestres e usuários, com o tratamento adequado das calçadas e otimização dos pontos de embarque e desembarque.
Para a 5ª Reunião do Fórum de Mobilidade da RMG, a se realizar na Ademi, a partir das 14 horas desta quarta-feira, estão confirmadas as presenças do governador Marconi Perillo e do Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Os participantes ouvirão, na ocasião, uma explanação de um especialista em mobilidade, o técnico Arlindo Fernandes, que vem atuando, na esfera do Ministério das Cidades, no foco do desenvolvimento sustentável das cidades e na priorização dos investimentos federais nos modos coletivos e nos meios não motorizados de transporte.
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